Esboço para EBD Lição 05: Jesus é Deus (1o Trimestre 2025)
EBD Lição 05: Jesus é Deus
Texto Áureo: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1.1)
Verdade Prática: A divindade de Jesus está muito clara e direta na Bíblia, além de ser revelada no seu ministério terreno, na manifestação dos seus atributos e obras divinas.
Leitura Bíblica em Classe: João 1:1-4;9-14
Introdução: A divindade de Cristo é revelada em toda a Bíblia, não apenas no Novo Testamento. Isaías, o profeta messiânico, anunciou aproximadamente em 735 a.C. a vinda miraculosa do Emanuel, cuja tradução literal é “Deus conosco” (Is 7.14). Jesus, o Deus encarnado, veio como o prometido, cumprindo toda a Escritura. ‘’Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.’’
O apóstolo João, como judeu monoteísta instruído na sinagoga, não está apresentando um novo Deus, mas colocando o Verbo dentro da divindade dos seus antepassados. O apóstolo não admitia, em hipótese alguma, outra divindade, senão só, e somente só, o Deus Javé de Israel. Por isso, no prólogo do seu Evangelho ele descreve o Verbo com os atributos da deidade, aqueles que mais se destacam no seu relato do começo ao fim.
I - A DOUTRINA BÍBLICA DA DIVINDADE DE JESUS:
A - Jesus é Deus.
O Novo Testamento é direto quanto à natureza divina de Jesus:
“E o Verbo era Deus” (Jo 1.1);
“Ao que Tomé lhe respondeu: – Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28);
“mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo” (Fp 2.6);
“para conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo” (Cl 2.2);
“e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13);
“aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1);
“E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20).
B - Seus atributos absolutos.
Os atributos são perfeições próprias da essência de Deus. Os atributos absolutos ou incomunicáveis são exclusivos da divindade como onipotência, eternidade, onisciência e onipresença. A onipotência significa “ter todo poder, ser todo-poderoso”, Jesus é onipotente (Mt 28.18; Ef 1,21; Ap 1.8). Ele é eterno (Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8). “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1) indica que Ele já existia antes mesmo da criação com o Pai (Gn 1.1). A onipresença é o poder de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, Jesus é onipresente (Mt 18.20). Α onisciência é o conhecimento perfeito e absoluto que Deus possui de todas as coisas, de todos os eventos e de todas as circunstâncias por toda a eternidade passada e futura. Jesus possui esse atributo (Jo 1.47, 48; 2.24, 25).
C - Pensamento dos pais apostólicos.
Também é interessante conhecermos como era o pensamento doutrinário dos pais da Igreja (sucessores dos apóstolos) na era da Igreja Primitiva, antes dos primeiros concílios.
Clemente de Alexandria: “Irmãos, devemos pensar em Jesus do mesmo modo como pensamos em Deus, como ‘o juiz de vivos e mortos’.” (2 Clem.1.1)
Inácio de Antioquia: “Existe um médico, ao mesmo tempo carnal e espiritual, nascido e não-nascido, Deus feito em carne, vida verdadeira na morte, de Maria e de Deus, primeiro submetido ao sofrimento e depois além do sofrimento, Jesus Cristo nosso Senhor” (Inácio aos Efésios)
Justino Mártir: “Nosso mestre nessas coisas é Jesus Cristo, que também nasceu para esse propósito e foi crucificado debaixo de Pôncio Pilatos, procurador da Judéia, nos tempos de Tibério César; nós o adorávamos racionalmente, tendo aprendido que ele mesmo é o Filho do Deus Verdadeiro e considerando-o no segundo lugar, e o Espírito profético no terceiro.’’ (1 Apologia 12-13)
Antes mesmo dos concílios acontecerem, os pais da igreja já tinham em mente que Jesus também era Deus.
II - A HERESIA QUE NEGA A DIVINDADE DE JESUS:
A - Arianismo.
Os primeiros a negarem a divindade de Jesus foram os ebionitas, seguidos pelos monarquianistas dinâmicos, mas a heresia principal que abalou os fundamentos da igreja foi o Arianismo. O termo “arianismo” vem de Ário (presbítero do 4º século), o expoente dessa doutrina em Alexandria a partir do ano 318. Ele negava a divindade de Cristo e o considerava como um deus de segunda categoria. Ário rejeitava a eternidade do Verbo; embora defendesse sua existência antes da encarnação, recusava que fosse Ele eterno com o Pai, insistindo na tese de que o Verbo foi criado como primeira criatura de Deus. A palavra de ordem arianista era: “houve tempo que o Verbo não existia”.
B - Argumentos.
Ário e seus seguidores pensavam as Escrituras aqui e acolá em busca de algumas passagens bíblicas para dar sustentação às suas crenças. Seguem algumas delas, as mais emblemáticas: “O Senhor me criou no princípio dos seus caminhos” (Pv 8.22 – LXX); “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1.15); “houve tempo em que o Filho não existia”. Outra passagem favorita era: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Com isso ignoravam todo o pensamento bíblico que defende a eternidade e a deidade de Cristo (Jo 1.1-3).
C - Contradição.
A tradução “criou” de Provérbios 8.22 da Septuaginta é opcional, pois o verbo hebraico nessa passagem é qānâ, “obter, adquirir, criar”, mas o sentido de “criar” para “trazer à existência algo do nada” é o verbo bārā’, como em Gênesis 1.1. O texto de Colossenses 1.15 diz que Jesus é o primogênito de toda a criação, e não o primogênito de Deus. A palavra prototokos, “primogênito, primeiro, chefe”, foi usada pelos escritores sagrados com o sentido de importância, prioridade, posição, primazia, preeminência (Cl 1.15-18). Ou seja, Jesus encarnado tem a primazia na criação, é a imagem do Deus invisível porque é Deus. Conhecer a Deus (Jo 17.3) é o mesmo que conhecer a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30).
D - Resolução nos Concílios.
No Concílio de Nicéia em 325, O primeiro concílio ecumênico da história, convocado pelo imperador Constantino, teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade. Problemas esses causados pelo arianismo. O Primeiro Concílio de Constantinopla, realizado em 381, foi um concílio que teve como principal objetivo debater a natureza divina de Jesus, principalmente em oposição à interpretação então defendida pela corrente do arianismo.
III - IMPLICAÇÕES DO ARIANISMO NA ATUALIDADE:
A - Tradução do Novo Mundo.
A exemplo do Arianismo, há um movimento religioso que usa a Bíblia fora do contexto por meio de uma versão exclusiva das Escrituras, denominada de Tradução do Novo Mundo. Trata-se de uma versão tendenciosa. Veja alguns exemplos de suas falsificações: “e a Palavra era um deus” (Jo 1.1), “deus” com “d” minúsculo, visto que o texto correto é: “e a Palavra era Deus” ou “e o Verbo era Deus”. O texto sagrado declara: “grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13); “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1); essas passagens falam textualmente que Jesus é Deus. Entretanto, a Tradução do Novo Mundo diz: “do grande Deus e do nosso Salvador, Jesus Cristo”; “do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”. Mudaram o texto sagrado acrescentando um “do”, onde não existe no texto grego para desvincular a divindade de Jesus.
B - Os movimentos orientais.
Nenhum deles reconhece a divindade de Jesus e para os panteístas monistas não existe Trindade e nem Jesus. O movimento Hare Krishna, por exemplo, nega a divindade de Jesus e nem acredita que Ele seja o Salvador, pois vê o Senhor Jesus como um mero guia espiritual e uma das inúmeras encarnações de Krishna.
‘’Em cada renascimento volve o indivíduo à massa; a alma, reencarnando, toma nova máscara; as respectivas personalidades anteriores apagam-se temporariamente. Reconhecem-se, entretanto, através dos séculos, certas grandes figuras do passado; torna-se a encontrar Krishna no Cristo [...]’’ (Livro espírita de León Denis).
‘’O Cristo, em suas duas encarnações conhecidas, a da Índia e a da Judéia, sob esses nomes quase idênticos, Krishna e Cristo, não ensinou essa mesma doutrina tanto no Evangelho como no Bhagavad-Gita?’’ (outro livro espírita de León Denis).
C - Outros grupos.
O Jesus do Alcorão é um mero mensageiro, não é reconhecido como Deus, nem como o Filho de Deus, nem como Salvador, nem morreu e nem ressuscitou. As religiões reencarnacionistas recusam a deidade absoluta de Jesus, a sua ressurreição dentre os mortos e não reconhecem a sua singularidade. O Jesus deles não passa de mais um médium ou um dos grandes mestres e filósofos. No entanto, a Bíblia nos mostra que Jesus é muito mais (Ef 1.21; Hb 7.26), é o Deus em forma humana (Rm 9.5).
Aplicação:
Nós devemos viver em coerência com os ensinamentos de Jesus, seguindo seus passos com o nosso viver diário. (I Jo 2:6)
Conclusão:
Diante do exposto, a conclusão bíblica é que somente Deus pode salvar, somente Ele é o Salvador (Is 45.21). Se o Senhor Jesus não é Deus, logo não pode ser salvador, então negar a divindade de Jesus é negar a salvação.
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