Esboço da Palestra aos Adolescentes (O Espirito Santo)

 PALESTRA AOS ADOLESCENTES (30/11)

INTRODUÇÃO A PNEUMATOLOGIA


Tema: Introdução ao Espírito Santo

Texto Áureo: Joel 2:28-29


Introdução:

No Antigo Testamento, a Bíblia apresenta o Espírito Santo como uma força ativa de Deus que se manifesta para realizar a vontade divina, desde da existência do próprio Deus. No entanto, o texto bíblico também emprega linguagem que o personifica, sugerindo características de uma pessoa, mas essa visão se torna mais explícita e desenvolvida no Novo Testamento, onde Ele é descrito com atributos pessoais como pensamento, sentimento e vontade. Então, o Espírito Santo é mais do que uma força ativa, é uma pessoa.


O conceito teológico do ‘’Espírito Santo’’ é ‘Paracletologia’ ou ‘Pneumatologia’ que é nada mais que o estudo sobre a pessoa do Espírito Santo. Deriva do termo grego (paráklētos), que significa "consolador", "defensor" ou "auxiliador", e (logia), que significa "estudo" ou "doutrina".


Por muitos anos, desde da fundação da Igreja Primitiva antes e depois do primeiro século, muitos teólogos erraram e outros acertaram em tentar explicar o Espírito Santo. E foi nessa época que surgiu-se uma boa definição do Espírito Santo, (embora todos sabiam e sabem sem complicar tanto que ele simplesmente é uma parte de Deus chamado ‘Consolador’). Como também surgiram muitas heresias acerca dele.


1°) Definições sobre o E.S.:

Dentre essas heresias, temos o Unicismo que não crê no E.S. por acreditar que Jesus e Deus seja a mesma pessoa. Também temos a primária das heresias sobre este assunto, o Macedonianismo, que surgiu no século IV (4), por Macedônio I, que negava a divindade do Espírito Santo, alegando que era uma criatura e um ser inferior a Deus Pai e Deus Filho. Condenado no Primeiro Concílio de Constantinopla no ano de 381 d.C.


E a boa definição que ficou fixada pela igreja sobre a pessoa do E.S. desde da igreja primitiva, foram feitas pelos seguintes teólogos da igreja primitiva:


Bispo Atanásio: em sua obra "Sobre o Espírito Santo" (375 d.C.), destacou que o Espírito Santo é digno da mesma adoração que o Pai e o Filho, posicionado como doador de vida e consubstancial (da mesma essência) com eles.


Santo Agostinho: Ele explicou teologicamente que o Espírito Santo é o amor que une o Pai e o Filho, produto de um movimento de amor entre eles, reforçando a co-igualdade e unidade das três pessoas divinas. Ele também enfatizou que o Espírito procede do Pai e do Filho.


2°) A Revelação do E.S. no Antigo Testamento:

A primeira aparição do E.S. para nós revelada está no Antigo Testamento, nos seguintes textos e eventos:

1°) Gênesis 1:2: "E o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas" — mostra o Espírito ativo na criação.

2°) Êxodo 31:3: Capacitou artesãos como Bezalel para o trabalho na construção do Tabernáculo.

3°) O Espírito revestia líderes como Moisés, Josué, Gideão e Davi, concedendo-lhes coragem e habilidade para liderar o povo de Israel. Como também inspirou os escritores do AT.

4°) Ele se apoderava de profetas para que falassem a mensagem de Deus, como em Juízes 14:6, onde o Espírito se apossou de Sansão, e em 1 Samuel 16:13, quando o Espírito veio sobre Davi, que então profetizou.

5°) Dava visões para o futuro como em Joel 2:28 que previa um futuro onde o Espírito seria revelado de forma completa nas pessoas, e Isaías 11:2, onde Isaías prevê a chegada de um Messias carregado do Espírito de Deus para julgar corretamente as pessoas.


A diferença da atuação do Espírito Santo nas pessoas no AT e no NT são grandes e há dois motivos para isso:


  1. Habitação: No AT, a atuação do Espírito era temporária e não-permanente, enquanto no NT, o Espírito habita permanentemente nos crentes (Jo 14:17).


  1. Manifestação: No AT, a atuação era mais esporádica e sobre indivíduos selecionados, enquanto no NT, é uma presença constante e universal entre os crentes e nos crentes.


Mas porque no AT o Espírito Santo não habitava nos homens?

Cristo foi um mistério que só foi revelado de forma completa no tempo da nova aliança a partir do NT. 

Até então, de forma espiritual a humanidade estava completamente presa no pecado e separada de Deus, Orações mais formais e sacramentais para remissão ou intercessão eram levadas por sacerdotes, embora orações comuns poderiam ser feitas por qualquer indivíduo.


No AT, ele vinha como porção naquele que tinha que recebê-lo, era uma espécie de possessão temporária, e depois de fazer o'que precisava fazer no indivíduo ou através dele, Ele se retirava, em eventos do AT isso é claro.


Não tínhamos intimidade o suficiente para nos aproximarmos de Deus, éramos seus inimigos por conta de nossa natureza e ausência de justificação. Mas quando Cristo foi revelado, ele morreu, ressuscitou e com isso fomos justificados e absolvidos com e através de seu sangue derramado na cruz, finalmente, o véu se rasgou, resultando na fundação do que o próprio Jesus chama de ‘’Igreja’’.


3°) Progressão espiritual do AT para o NT:

O mover do Espírito está conectado à promessa futura e à obra redentora que se cumpriu em Cristo e no derramamento do Espírito no Pentecostes (At 2), quando Jesus assunta aos céus, o Consolador assume sua ausência material no coração dos crentes, auxiliando-os a reger a Igreja. Isto é visto como uma progressão teológica, onde no Antigo Testamento o Espírito atua de forma seletiva, preparando o caminho para a plenitude da nova aliança em Jesus Cristo, a qual a teologia pentecostal interpreta como a consumação da promessa “do Espírito Santo prometido” (Atos 2:33).


As experiências pentecostais enfatizam que tal promessa implica uma unção transformadora no ser humano, que não apenas capacita para serviço, mas gera uma comunicação íntima e contínua com Deus, liberdade e poder para viver uma vida santa e testemunhal. Assim, a manifestação do Espírito no Antigo Testamento é vista como o fundamento teológico para o derramamento da glória e poder de Deus no Novo Testamento e ainda nos dias atuais, fundamentando a doutrina do batismo no e com o Espírito Santo.


4°) O Espírito Santo na história da igreja:

  1. Na Idade Média e no Período Renascentista: Houve uma manutenção da veneração e reconhecimento do Espírito Santo, com destaque para a espiritualidade e misticismo, incluindo o desenvolvimento de doutrinas relacionadas aos dons espirituais.​


  1. Movimentos Pentecostais e Carismáticos (século xx até hoje): revitalizaram a ênfase na ação do Espírito Santo na vida dos cristãos, especialmente nos dons espirituais, na experiência de batismo com Espírito Santo e em manifestações sobrenaturais.​


  1. Século XXI(21): Continua-se a explorar e vivenciar a ação do Espírito na Igreja e na sociedade, com foco na renovação, missão e evangelização, refletindo uma compreensão dinâmica e viva da presença do Espírito na história atual da Igreja.


5°) Perspectiva pentecostal sobre o Espírito Santo:

A experiência do batismo com Espírito Santo é central na teologia pentecostal, sendo vista como uma segunda bênção após a salvação, que capacita o crente para um serviço mais vigoroso, testemunho eficaz e crescimento espiritual. Essa doutrina é fundamentada no relato do livro de Atos, especialmente no Pentecostes (Atos 2), quando o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos com sinais visíveis e dons extraordinários que permanece até os dias de hoje na igreja moderna, e permanecerá até o arrebatamento.


"O Espírito Santo não é apenas uma doutrina, Ele é o poder vivo de Deus operando no crente para a transformação e santificação." — William J. Seymour (Pastor estado-unidense avivalista pioneiro do Pentecostalismo)


O saudoso Pastor e Mestre pentecostal Antônio Gilberto, enfatiza que o Espírito Santo não é somente uma influência, mas uma pessoa divina que governa, dirige e produz uma espiritualidade autêntica no crente, que não depende de manifestações externas, mas de uma vida controlada e transformada pelo Espírito.


Diferença entre o batismo no e com o Espírito Santo:

  1. O batismo com Espírito Santo é o momento em que o Espírito Santo capacita o crente com poder espiritual, dons espirituais e revestimento de poder para uma tarefa ou ministério no Reino.


  1. O batismo no Espírito Santo pode ser visto como a imersão no Espírito Santo, que pode acontecer após a conversão e que traz a pessoa para uma relação mais profunda e ativa com o Espírito.


  1. Nem sempre quando alguém recebe o batismo no Espírito Santo sua evidência física inicial será o dom de línguas, o dom de línguas é um presente, um dom, por isso nem todos tem (1 Co 12:29-30). Mas isso não significa que o Espírito Santo não esteja no convertido, ou que Ele não possa conceder.


  1. Há uma diferença entre o dom de línguas de Mc 16:17, o de Atos 2 e o que Paulo ensina nas cartas. O de Mc 16 são línguas comuns que todos podem falar para confirmação da fé, o de At 2 são línguas missionárias e as línguas que Paulo ensina são línguas eclesiais para a edificação do corpo de Cristo e edificação pessoal, que no caso é essa que estamos focados. Mas nem todos falam.


No cristianismo, todos os que creem, recebem o Espírito Santo no momento da conversão (ou seja, são batizados no Espírito), mas a experiência do batismo (ou imersão) com Espírito Santo é considerada uma experiência posterior e distinta para muitos, especialmente nas tradições pentecostais. Essa distinção está presente na narrativa bíblica, onde os discípulos receberam o Espírito Santo após a ressurreição de Jesus (Jo 20:22), mas o batismo com Espírito Santo ocorreu no Pentecostes (Atos 2:1-4).


E o batizador, é nada mais e nada menos que o próprio Jesus Cristo!


Conclusão:

Finalmente, vimos que:

  1. O Espírito Santo co-existe com Deus Pai e Deus Filho desde a eternidade, estando presente na criação e outros eventos canônicos.


  1. Ele esteve presente na maioria dos eventos do AT e foi parcialmente revelado nesse período antes da chegada de Cristo. Sendo aquele que preparou o caminho e preparou o coração dos homens para recebê-lo. E sendo o Consolador que ajudou os primeiros cristãos a dirigem a igreja.


  1. Vimos que existe uma diferença entre o batismo com e no Espírito Santo, um está ligado a capacitação e outro a conversão.


  1. Vimos que Ele atuou na igreja e no século passado como também atua nos dias de hoje, até o arrebatamento.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sermão: A Igreja Perseguida e Vitoriosa | Waldir Ramos

CARACTERISTICAS DE UM BOM PREGADOR por Waldir Ramos

Esboço EBD Lição 07: As Naturezas; Humana e Divina de Jesus